Eu estava lendo “O Zahir”, de Paulo Coelho. Ao ler, no próprio texto estavam escritas coisas a respeito da crítica sempre ser muito rígida e normalmente criticar pesadamente seus textos. Isso me levou a minha velha reflexão a respeito disso:
Eu nunca entendi porque a crítica pegava tão pesado para com o Paulo Coelho. Eu já li diversos livros dele e não achei ruim, pelo contrário, não só achei bons livros como recomendo, inclusive esse último, “O Zahir”. Quando eu comprei “O diário de um mago”, minha primeira experiência com livros dele, eu adorei o livro, e depois lendo outros, o que eu percebi é que ele escrevia muito sobre assuntos “espirituais” e isso era contrário à “fôrma” literária existente. É como se ele fosse contra os padrões existentes. Seria a mesma cosia que um roteiro cinematográfico não seguir o velho “começo-meio-e-fim-tudo-isso-com-emoção”, os diretores têm, quase que obrigatoriamente encaixar o roteiro dentro desse padrão – e normalmente por isso os livros adaptados ficam piores. Claro que eu conseguia distinguir essa diferença claramente entre ele e os outros escritores clássicos, mas e o que que tem que fosse diferente? Só por isso deixaria de ser uma literatura?
Quando ele começou a ficar famoso e se expandir deveras, as críticas ficaram mais ferrenhas, e aí entra uma outra questão: Parece que o que é “popular” não pode ser “intelectual”. Coisa que eu acho muito absurda. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Se uma coisa é boa, porque não crescer e se espalhar? Vi um depoimento da cantora Ana Carolina falando sobre a mesma coisa, ela contava que quando começou a se tornar famosa e aceitar convites grandes, muitos dos fãs dela do tempo de barzinhos não gostaram, diziam que ela estava se vendendo, que deveria continuar rejeitando isso e sendo só “underground”. Como se aceitando os convites para uma carreira nacional ela estivesse perdendo sua identidade ou sua oposição a coisas velhas e cantores ultrapassados que aparecem na mídia. Não entendo. Acho que ela fez bem feito e merece todo o sucesso. E nem por isso deixa de ser melhor ou perde qualquer coisa.
Achei muito legal o Paulo Coelho não se candidatar à Academia Brasileira de Letras quando da morte de Jorge Amado, pois a esposa dele Zélia Gattai se candidatou e se fosse concorrer com o Paulo Coelho, certamente perderia, então ele renunciou. E na próxima eleição ele entrou e senti um rebuliço por alguém que escreve com palavras fáceis, que escreve sobre coisas espirituais, sobre sua vida e experiências pessoais estava entrando para a imortalidade das letras. Acho que isso bem ou mal mostrou que intelectualidade e popularidade podem muito bem conviver juntas.
Eu nunca entendi porque a crítica pegava tão pesado para com o Paulo Coelho. Eu já li diversos livros dele e não achei ruim, pelo contrário, não só achei bons livros como recomendo, inclusive esse último, “O Zahir”. Quando eu comprei “O diário de um mago”, minha primeira experiência com livros dele, eu adorei o livro, e depois lendo outros, o que eu percebi é que ele escrevia muito sobre assuntos “espirituais” e isso era contrário à “fôrma” literária existente. É como se ele fosse contra os padrões existentes. Seria a mesma cosia que um roteiro cinematográfico não seguir o velho “começo-meio-e-fim-tudo-isso-com-emoção”, os diretores têm, quase que obrigatoriamente encaixar o roteiro dentro desse padrão – e normalmente por isso os livros adaptados ficam piores. Claro que eu conseguia distinguir essa diferença claramente entre ele e os outros escritores clássicos, mas e o que que tem que fosse diferente? Só por isso deixaria de ser uma literatura?
Quando ele começou a ficar famoso e se expandir deveras, as críticas ficaram mais ferrenhas, e aí entra uma outra questão: Parece que o que é “popular” não pode ser “intelectual”. Coisa que eu acho muito absurda. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Se uma coisa é boa, porque não crescer e se espalhar? Vi um depoimento da cantora Ana Carolina falando sobre a mesma coisa, ela contava que quando começou a se tornar famosa e aceitar convites grandes, muitos dos fãs dela do tempo de barzinhos não gostaram, diziam que ela estava se vendendo, que deveria continuar rejeitando isso e sendo só “underground”. Como se aceitando os convites para uma carreira nacional ela estivesse perdendo sua identidade ou sua oposição a coisas velhas e cantores ultrapassados que aparecem na mídia. Não entendo. Acho que ela fez bem feito e merece todo o sucesso. E nem por isso deixa de ser melhor ou perde qualquer coisa.
Achei muito legal o Paulo Coelho não se candidatar à Academia Brasileira de Letras quando da morte de Jorge Amado, pois a esposa dele Zélia Gattai se candidatou e se fosse concorrer com o Paulo Coelho, certamente perderia, então ele renunciou. E na próxima eleição ele entrou e senti um rebuliço por alguém que escreve com palavras fáceis, que escreve sobre coisas espirituais, sobre sua vida e experiências pessoais estava entrando para a imortalidade das letras. Acho que isso bem ou mal mostrou que intelectualidade e popularidade podem muito bem conviver juntas.
Agradecimento a Fábio Nunes de Moura pela sua contribuição. Nota expressa sua opinião. (Escrito em 05/10/2008 - Postado em 14/10/2008 ).
15 comentários:
Assino embaixo de tudo que disse, não sei porque algo popular tem que ser necessariamente ruim!
Adoro os livros de Paulo Coelho e podem me queimar na foqueira por causa disso! Os livros dele me fizeram muito bem numa determinada época da minha vida. E essa forma que ele tem de atingir as pessoas de todas as classes é que faz o seu valor. Me desculpem os intelectuais, mas escrever livros para que meia dúzia de gente entenda e aplauda, pra mim não tem a menor graça!
Beijocas meu amigo!
Não acho q o popular é ruim. Só acho o Paulo Coelho ruim demais. Mas tenho que tirar meu chapéu. Se é ruim, pq tantos lêem? Talvez o errado seja eu. Belo texto... abração
pois eu tb concordo, gente é como sempre digo, o Paulo Coelho não vai agradar a todos, assim como ninguém o fará, mas ele tem mais livros e mais leitores que se pode imaginar, ele não dá nem uma banda na Rússia, sem ser parado para pedir um autógrafo.
essa semana que passou, estava trocando uma idéia com um amigo meu que estava fazendo um intercâmbio na Espanha, ele estava me falando de como ficou orgulhoso de ver vários textos do Coelho publicados em várias revistas, ele disse mais, falou que quando disse aos seus colegas universitários que era do Brasil, ao Lado do Futebol, do Samba, da Amazônia e do Pelé, também apareceu Paulo Coelho.
Abraço e parabéns pelo blogue, voltarei mais vezes, vou até favorotar.
Sorte e luz.
Não gosto de Paulo Coelho pela forma, e sim pelo conteúdo. Creio que o sistema final feliz-nem-que-seja-de-pára-quadas não seja boa literatura. Mas, claro, o fato dele vender tanto não deve ser à toa. Não gosto mas respeito, aliás, como deveria ser sempre.
ADORO Paulo Coelho e acho de um pseudo-intelectualismo ridículo o criticarem sem nem ao menos o terem lido - isso acontece frequentemente. O cara vendeu 100 milhões de cópias pelo mundo e é mais traduzido que Shakespeare, preciso dizer mais alguma coisa??? Já q vc gosta dele, sugiro q leia "O Mago", a biografia q o Fernando de Morais fez sobre ele. É imperdível. Beijos
O tipo da escrita de Paulo Coelho não me agrada. Mas ninguém é unanimidade mesmo.
Bom para mim quanto mais criticas fazem é sempre sinal que muitos ficaram incomodados Boa???
E quantos mais ficarem incomodados nas suas realidadezinhas melhor ainda Certo???
Por isso que critiquem muito é sempre sinal que mais um de coragem se atreveu a tocar nas feridas
Obrigado por sua visita
Abraço
Olá Fabio!
Passei pra agradecer pela visita e comentário no meu blog e aproveitei pra conhecer este espaço aqui!
Mto bom de conteúdo.
Sobre teu post, vou na linha do que disse a Dama de Cinzas!
Concordo com ela em 100% =)
Abraços e sucesso!
Amo Paulo Coelho, não importa o que essoas falem , gosto dele. E ele era um grande amigo de Raul Seixas, que sou apaixonada.
beijos , apareça
Caro amigo, o Paulo Coelho tem, pelo menos, o mérito de pôr pessoas, muitas, a ler. Isso é muito bom!
Se puderes,comenta o novo post do "real gana".
Também não gosto do Paulo Coelho. Já insisti e, realmente, não me identifico com o texto. Mas você está certíssimo: acho que boa parte da "intelectualidade" brasileira tem uma certa inveja da imensa repercussão quer os livros de Paulo Coelho têm no mundo inteiro.
Como, tal qual Nelson Rodrigues,acho que toda unanimidade é burra, é bom que tenhamos visões divergentes. bjs. Veronica
Olá! Novo post no "real gana", se puderes!...
Bom fim-de-semana!
Eu acho sim que você tem razão. Uma coisa não exclui a outra. Absolutamente.
Sei lá, nem gosto de autores brasileiros ó. Trauma de colégio.
Carajo!
Finalmente!
Penso exatamente a mesma coisa!
Na cabeça de muito intelectualóide, ganhar dinheiro escrevendo é uma heresia, ou seja: o escritor deve ser um pobretão, viciado e morto de fome, caso contrário, "se vendeu para o sistema".
É um discurso velho e xarope que, tenho fé: em breve irá terminar, porque já está gasto e rançoso.
E quanto ao Paulo Coelho, nunca saquei muito bem essa rejeição que ele recebe em seu próprio país. Mas saiba que é só aqui.
Em qualquer outro lugar do mundo, ele é ovacionado, literalmente.
Vou confessar, mas não espalha: tu já leu Jack Kerouac? Pois então. Esse é um sujeito tratado como deus por todos os pseudo-intelectuais, e eu o considero um lixo.
Fazer o que?
Um abração
:)
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