Quando eu cursava umas cadeiras de um curso técnico em comunicação, tive a oportunidade de ter uma aula-palestra com o jornalista André Haar (sim é aquele que passou da globo para a Record).
Entre outras coisas como a história de vida dele e como ele tinha começado na carreira, mostrou-nos vídeos de reportagens enfatizando que a emissora dele (o que no fim vale para todas, porque criar hoje em dia é o mesmo que “copiar” do concorrente) iria mudar o modo como apresentavam as reportagens. O vídeo, se não me engano, era de uma tragédia como alagamento, e mostrava uma senhora caindo no chão, e o que o André Haar nos falou é que em seguida, eles iriam focar a “ação”, ou a “polêmica”, não lembro bem as palavras dele, mas foi algo assim, e frisou que se aquela reportagem fosse exibida com esse novo método a primeira coisa a ser mostrada seria a senhora caindo, para depois explicar do que se tratava.
E como todos podem ver, é o que está acontecendo. Eles estão focando praticamente só a violência, as desgraças, as insanidades humanas, a inanição e o desespero. Técnicas para ganhar ibope? Estão passando o que o povo gosta, no estilo sexo, drogas e rock’n’roll? (na verdade hoje em dia a ordem seria rock, drogas e sexo, mais drogas e sexo, mais drogas, overdose e morte, mas deixa assim). Pode até ser isso, e claro, não é de hoje que o foco está nas desgraças, mas acho que a coisa andou sim piorando. Como diz a sempre “polemicamente correta”
Dama de Cinzas: “ – Eles pegam uma coisa e batem, batem e batem!”. E é verdade, parece que agora eles nem deixam um intervalo para nossas mentes ao menos fingir que estamos bem ou seguros e já pegam outra aberração, outra tragédia hedionda e começam a falar insistentemente, é uma coisa que está saindo do controle, ou ao menos faz com que percamos o nosso.
Como dizia uma amiga minha de correspondência: “- É muita falta de Jesus no coração”. O mundo e as pessoas são loucas, tudo bem, mas essa mídia está criando um vácuo na bondade, parece que não existe uma notícia boa para escutarmos. Não que eu queria mascarar a realidade, mas não precisam focar quase que exclusivamente esse tipo de coisa.
Vou dizer que sempre gostei de telejornais, mas com isso não sei se não terei de achar alternativa, ou apenas assistir uma vez e me desligar das outras, o que meio que inconscientemente já ando fazendo, porque é muito chato ouvir uma notícia, sobretudo uma tragédia, tantas vezes e depois, como se diz, sempre é possível trocar de canal, ou ir ler um livro, ou fazer qualquer outra coisa mais agradável.
Agradecimento a Fábio Nunes pela sua contribuição. Nota expressa sua opinião. (Escrito em 29/07/2010 e postado em 04/08/10).