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Fábio e Verônica, Verônica e Fábio. Um escritor e uma musicista, pelo menos aspirantes a isso rsrs! Amantes das letras, dos sons e de tudo que é arte! Amigos acima de tudo! Fizemos esse cantinho para dividir nossas idéias e ideais aos olhos da Net!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

As mulheres na literatura

Ah...Mulheres, que assunto bom, não? Vamos associá-las a outra de minhas paixões: a literatura, e este post ficará maravilhoso!

A maioria das pessoas quando solicitadas por exemplos citam pai ou mãe. Na minha vida, eu tenho dois grandes exemplos: minha mãe e minha vó. Duas mulheres fortes que são as heroínas da minha história, bases para meu caráter e exemplos permanentes para a vida afora.
Como eu amo ler, vou falar um pouco e citar algumas mulheres de minhas leituras, umas conhecidíssimas, outras nem tanto, quem gosta de ler sabe que muitas coisas e personagens ficam gravados na mente e a leitura em si é um prazer, uma distração, uma experiência e um alimento ao conhecimento e ao saber particular de cada um!
Bom, começarei pela Ana Terra. Personagem da trilogia “O Tempo e o Vento”, de Erico Veríssimo, é uma mulher forte, como escreveu e/ou disse o próprio Erico. As personagens femininas desse livro são todas muito fortes e o lado psicológico delas é muito bem escrito e reflete não só a vida do próprio autor como eu tenho certeza que muita gente se identificou com esses sentimentos. Até hoje eu comento que com essa trilogia eu aprendi muito sobre a história do meu Estado, especialmente sobre as guerras entre “maragatos” e “chimangos” (guerras políticas), talvez até mais e com maior precisão de detalhes do que na escola. Ana Terra me marcou bastante e eu não esqueço algumas partes do livro (no capítulo que também tem seu nome) como, por exemplo, a parte que ela descobre sua sexualidade, que sente “coisas estranhas” e que acaba com a cena dela se entregando para Pedro Missioneiro na beira do rio (segundo minha professora de literatura: a melhor cena de defloração da literatura). Lembro-me também da cena em que ela, quando sua casa é tomada de assalto, se deixa aparecer, para que sua cunhada e sobrinho possam escapar, e acaba sendo estuprada. E também tem a cena em que ela própria, com uma arma (tipo espingarda) mata um invasor. Influenciou-me muito esse livro. Até mesmo utilizei, quando precisei de um codinome, o sobrenome Terra. E meu sobrenome (Bio – que minha amiga retirou de parte do meu nome) eu também conecto direto com esse livro, afinal, era o mesmo apelido de Toríbio (também era parte do nome dele), irmão de Rodrigo Cambará (outro personagem principal do livro).

E quem nunca ouviu falar de Capitu, a moça dos “olhos de ressaca”?? Uma das mais célebres (senão a mais célebre) personagens de Machado de Assis. Afinal, “Dom Casmurro“ é um livro quase sempre exigido para vestibulares, e também é bem conhecido (e muita vezes odiado) nas escolas de ensino fundamental e médio, afinal Machado é um dos nossos maiores escritores. Muita gente acha esse livro muito ‘água-com-açúcar’. Claro que é um romance, e admito que a linguagem, por ser antiga, não é lá muito fácil. Mas por mais enfadonho que possa ser, por descrever demais os detalhes, o livro apresenta um assunto atual e mostra como eram os relacionamentos na época. Eu mesmo já o li duas vezes. E quem não lembra das dissimulações e artimanhas de Capitu? Quem não a imagina? E quem nunca discutiu se ela traiu ou não Bentinho? Por mais “batido” que possa estar esse livro, Capitu atravessou e atravessa gerações, com seu olhar oblíquo e dissimulado, encantando muita gente e inspirando muitas coisas, como a recente minissérie “Capitu” da rede globo, e o filme “Dom” com Maria Fernanda Cândido.

Quem leu “O cortiço”, de Aluízio Azevedo, saberá de quem estou falando. Rita Baiana não aparece no início do livro, mas quando aparece, chega e arrasa! Mulata com ginga, Rita é como um símbolo da linda mulher Brasileira. Chega impondo sua presença, seu perfume e atraindo a atenção com sua beleza. Sua passagem no livro atrai a atenção para ela, corrompe maridos fiéis e deixa sua marca como personagem. Vale a pena ler o livro.

Vamos falar agora de Macabéa...sim, ela mesma, a doce e desgraçada Macabéa. Nordestina e desgraçada, pobre de corpo e alma, só poderia mesmo ter sido criada por Clarice Lispector, uma mestra das palavras. Ela que era datilógrafa e que teve o fim que teve, acabou na minha memória. Personagem principal de “A hora da estrela”, Macabéa tem uma trajetória de vida única, narrada no, se não me engano, último romance da autora, e se assim for, parecerá até mesmo um romance premonitório. Quem ler, vai entender!

Vamos às estrangeiras. Uma das únicas personagens principais do mestre do terror, Stephen King, Jessica Burlingame – Jessie para os íntimos – é personagem do livro “Jogo Perigoso”, o qual recomendo arduamente por ser um dos que mais gostei. Vocês podem estar se perguntando, mas que história de terror teria vivido essa moça?? E eu digo: terror psicológico de primeira qualidade, onde o passado vem assombrar um presente que atravessa a escuridão e o medo. E ela terá que se livrar do seu pior inimigo (ela mesma) para que possa sobreviver. E o jogo a qual o título do livro faz menção é um jogo sexual. Junte tudo e imagine o quão maravilhoso é o livro!

Eu meio que me apaixono por cada uma das personagens que acompanho...aiai! Terei que falar de Laurie Montgomery, médica-legista, e personagem principal dos livros “Cego” e “Cromossomo 6”, do também médico e escritor Robin Cook. Cook é especialista em thriller-médico, e esses dois livros podem ser lidos em seqüência, pois são com os mesmos personagens. Laurie é uma médica muito esperta que acaba entrando em contato com organizações criminosas, ou seja, a própria máfia nova-iorquina. Os livros de Cook são surpreendentes por ter apenas uma linha muito, mas muito tênue entre a ficção e a realidade, misturando ciência e medicina com suspense e romance.

Deixo isso como dicas e tenho certeza que se lerem esses livros, certamente se lembrarão futuramente dessas mulheres maravilhosas. Abraços!!

Agradecimento a Fábio Nunes de Moura pela sua contribuição. Nota expressa sua opinião. (Escrito em 07 e 11/06/2009).

25 comentários:

Robson Schneider disse...

Fábio falando em mulheres escrevendo, fiquei muito surpreso ao ler o livro "uma vida inventada" da maitê proença. Surpresa não por ela ser atriz ou linda, mas é que ta na moda celebridades lançarem livros... enfim.
Amei o livro e comprei o anterior, ela escreve de forma inteligente, sarcastica em muitos momentos, mas especialmente de forma feminina sem cair em lugar comum. Muito bom e recomendo.
Abração

Cris Medeiros disse...

Eu sou apaixonada pela personalidade feminina... Acho que as mulheres se reinventam a cada momento. Basta ver a virada que elas deram nesses últimos 50 anos...

Belo texto, querido!

Beijocas

Nina 512 disse...

eu particularmente tentei ler machado, mas nao deu.



--'

nao passei da 5ª pag.

tenso.

Anônimo disse...

Olá,


e as mulheres reais?

Bom domingo
!

Da Silva disse...

Faltou aquela cangaceira que se passava por homem, a Diadorim de Grande Sertão Veredas

Valeu pela visita, forte abraço

Ana disse...

Oi, obrigada pela visita no cafofo. Vou adicionar para ler com calma depois, beijos

Roberto Ney disse...

obrigado pela perticipação no biografias horizontais. A proposta do blog é justamente essa: falar de sexo de forma aberta e tentar desconstituir os velhos tabus.
Abraços e sejam sempre bem vindos!
Roberto Ney

_Gio_ disse...

Algumas das mulheres citadas eu conhecia, embora eu não goste do caráter da Rita Baiana hauhauuauahuahua

A Capitu é o trunfo de Machado de Assis - foi quando ele acertou na loteria. Nunca um dilema foi tão discutido e chamou tanto a atenção. Se nos guiarmos por Bentinho, ela certamente traiu; mas, como o livro é em primeira pessoa, as definições já estavam a muito alteradas pelo psicológico do já-não-rapaz, e então não podemos ter certeza.

Uma mulher mais recente da literatura que merece destaque é a Caroline Gill, de "O Guardião de Memórias". Saiu de sua passividade monótona, mostrou caráter e humanismo e tomou uma das decisões mais difíceis que alguém poderia tomar: fugir com uma criança que lhe foi entregue para ser "internada" em uma escola de excepcionais. Um símbolo de mulher batalhadora, honesta, e que teve sua vida mudada por um ponto no caminho.

Krika disse...

Gostei! Bjocas

Vivian disse...

...enquanto ia correndo
meus olhos pelo texto,
logo de cara me veio
à mente Macabéa...
não deu outra, e eu
fiquei muito feliz...rss

esta mulher me fez derramar
muitas lágrimas de emoção
frente a candura, inocência,
e simplicidade de tão singelo
coração.

a Clarice como sempre
fantástica, e você
acertou em cheio com este
post de boas lembranças
culturais...

bj, e obrigada pela visita
lá em casa, que tbm é de
todos vocês.

_Gio_ disse...

E respondendo ao comentário no meu post:

Fábio, é isso mesmo! Somos diferentes, e é isso que nos atrai. Agora, acho errado usar essas diferenças como se fossem desvantagens. Não é assim: homens e mulheres tem facilidades e dificuldades, assim como qualquer bipolo (altos e baixos, magros e gordos, novos e velhos).

DIVÃ DA MULHER disse...

Adorei seu post...

Gostei da forma que abordou as mulheres na literartura...

No mundo existem grandes mulheres,exemplos de força e coragem,por isso são retratadas com maestria por grandes mestres da literatura!

Nathália E. disse...

Como disse a Dama, as mulheres se reinventam a cada momento. E acho que por isso tanto mistério e admiração ronda o psicológico feminino.

Beijo!

Blog Dri Viaro disse...

Boa semana!!

to na correria hj, depois volto com mais tempo

bjssss

A Língua Nervosa disse...

OLá!
adorei o blog de vcs!!!
E são tantas as histórias...os homens e as mulheres...amei!
beijosss

Maris Morgenstern disse...

admito q minha memória literária só me lembrou de capitu, só pq "olhos de ressaca" foi uma das expressoes literarias mais inesqueciveis pra mim...

...vdj... disse...

É uma orgia de personalidades femininas.
Vai saber se elas não existiram de verdade...!

[]'s
.
.
.

A Madrasta Má disse...

E a Madrasta Má? affffffffffffff quero meus direitos! Bjinhos da Madrasta!

Tata disse...

Oi,

Vim retribuir a visita lá no meu cantinho!!!

Adorei o post, todos os livros são ótimos!!! E se tratando de mulheres, não podia deixar de ter Capitu mesmo!!!Rs
mas senti falta nas estrangeiras de Jane Austen, que na minha visão foi uma mulher muuuito a frente se seu tempo!!!

bjinhos e voltarei com certeza!

Glazi Caettano disse...

Mas que bah digo eu!!! Eu até gosto de lidar com o público, apesar de eu ser bem nervosinha, rs! Mas só de estar nas alturas...cruzando o horizonte, os oceanos.... já esqueço que têm pessoas ao meu lado... meu desejo mesmo é estar nos céus... Valeu gaucho pela visita volte sempre!

Juliano Reinert disse...

Adorei o texto. Confesso que nunca parei pra analisar a personalidade das mulheres, mas refletindo agora o teu texto me recordo de mais uma, também de Machado: Sofia, de Quincas Borba. Mulher esperta e astuta. E tem ainda Éowyn, de J. R. R. Tolkien, completamente descaracterizada no filme.
Enfim... parabéns pelo post!

Thiago Laurentino disse...

Oi Cara! Muito obrigado pela sua visita no meu blog, vlw mesmo! E gostei muito desse tema, você soube realmente associar dois assuntos divinos! hahaha

Digamos que na minha família, a mulher heroína da minha vida é minha mãe, e minha heroína, associada como mulher e literatura, é claro, é a Clarice Lispector, que foi uma escritora que chamou atenção de várias pessoas, inclusive a minha... Ela foi indescritível, cara :]

Daniel disse...

Oi Fabio, tudo bem?
Obrigado pelo post deixado.
Passei para dar um oizinho de Londres aqui no teu blog.

Ótimo fim de semana.
Bjs de London!
Dan
www.sembolso.blogspot.com

Alessandra Castro disse...

Ahh elas nos tornaram más. e na vida real somos tão legais.


mentira.

Anônimo disse...

Foi ótimo viajar no tempo através de seu post. Gostaria de indicar "Luzia Homem", romance de Domingos Olimpo. --Lisa

Desarranjo Sintético

Desarranjo Sintético
"Era um grande nome — ora que dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia adoeceu, morreu, virou rua... E continuaram a pisar em cima dele." Mario Quintana