Colunista - Fábio Nunes de Moura

(Falta de) Educação

Não é de hoje que a educação está em crise no Brasil, e o pior, é que para serem tomadas providências é preciso acontecer algum fato drástico. Assistindo ao Fantástico, fiquei impressionado com o relato de professoras de escolas em São Paulo que foram agredidas. Uma delas relatava que tentava convencer um aluno a voltar para a sala de aula, e quando tentou abrir a porta do banheiro onde estava trancado o aluno, esse bateu a porta com toda a força, decepando assim a ponta de um dos seus dedos. A professora contava o seu sentimento de incapacidade e fraqueza perante o olhar escarnecedor do aluno. O outro caso foi de uma professora que dava aula, quando uma aluna apontou para seu cabelo e ela se deu conta de que o mesmo estava em chamas. E o último caso foi de uma servente de 67 anos que esperava a hora para abrir o portão para os alunos irem para o intervalo. Tinha uma pequena multidão de alunos esperando, e quando a senhora abriu o portão, foi literalmente atropelada pelos alunos, e teve que enfaixar os braços, inclusive com a possibilidade de perder o movimento de seus membros superiores.

O que me choca mais é o fato de todos esses atos serem cometidos por adolescentes entre 14 e 17 anos. Sim! De 14 a 17 anos! Pode parecer exagero, mas eu acho isso um verdadeiro absurdo, pois se esses adolescentes não percebem a falta grave que cometeram, eles podem muito bem se tornarem os marginais de amanhã. Esse assunto é delicado, pois não sei onde está o verdadeiro erro dessa questão. Comparando ao tempo meu tempo de escola, nesta idade, não me lembro de acontecerem coisas dessa natureza, pelo menos não com tamanha gravidade. Escuto diversos relatos de pessoas e constatei que as crianças também tiveram mudanças em seus comportamentos, estão muito precoces. Tem um caso de um filho de uma colega minha que me falou que seu guri de 7 anos, que estuda na primeira série do ensino fundamental, se “declara para uma colega em sala de aula, na frente da turma toda”. Nós ficamos horrorizados, pois nós nesta idade colegial, mal “respirávamos” na primeira série. Isso porque ele conta que o menino é tímido, imaginem só as crianças menos retraídas.

Talvez, a evolução tenha feito mal à educação. Acredito que as regras sociais de antigamente, de certa forma, eram duras demais, mas a liberalidade de hoje, está demais. A liberdade de fazer as coisas e a falta de atenção para com a educação das crianças (tanto dos pais quanto das escolas) está tornando essas crianças pessoas irrefreáveis, sem limites, coisa muito perigosa para o futuro, delas e da sociedade.

By Fábio - Agradecimento ao Fábio pela sua contribuição. Nota expressa sua opinião.(escrito em 24/07/2007).